O consumo de açúcar traz uma sensação imediata de prazer e energia. Muitas vezes, é a válvula de escape das pessoas que sofrem de transtornos como ansiedade e estresse. Ao ser consumido, o açúcar altera o funcionamento da dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer, fazendo com o que o corpo entenda aquele momento como algo prazeroso e agradável. Isso acontece por conta das propriedades energéticas, além da atuação no sistema nervoso central, mais precisamente no sistema límbico, onde se concentram os estímulos do prazer imediato.
Por conta disso, o consumo excessivo pode levar à compulsão e à abstinência, de acordo com estudo realizado pela Universidade de Princeton (EUA). Com a ingestão constante, o corpo começa a “pedir” por aquilo, trazendo sintomas de abstinência em magnitude leve. Para entender melhor como o açúcar atua no organismo, a Unimed Cascavel reuniu as principais informações e dúvidas.
O açúcar vicia?
Sim. O açúcar afeta os mensageiros químicos cerebrais, como a serotonina (que dá sensação de bem-estar) e a dopamina (recompensa). Ainda que de maneira bem mais leve, o efeito é comparável ao vício em drogas e pode causar dependência quando consumido em excesso.
Consumir açúcar sempre faz mal?
Não. Existe o consumo saudável para manter o organismo em bom funcionamento. Ao contrário do que se pensa, o açúcar também é parte essencial para a saúde (desde que consumido em pequenas quantidades). Ele está presente em diversos tipos de alimentos, tanto os mais saudáveis quanto os não tão benéficos para a saúde. É possível encontrá-lo nas frutas, vegetais e em produtos industrializados.
É importante ter em mente que níveis adequados de glicose no organismo são importantes para o bom funcionamento das atividades cerebrais e metabólicas. Pessoas com quadro de hipoglicemia (quando há diminuição da quantidade normal de glicose) podem ter sérias complicações no sistema cardíaco, caso não tenham o tratamento adequado. Por outro lado, em excesso, o açúcar acaba acumulando no corpo, provocando aumento do peso e sobrecarga no metabolismo. Por isso, é preciso estar atento aos excessos.
Como educar a mente para consumir menos açúcar?
Um estudo da Universidade da Califórnia, em Riverside, analisou que uma dieta rica em gorduras e açúcares pode ter efeitos duradouros no micro bioma – soma de todos os microrganismos que residem nos tecidos e fluidos humanos. Com isso, a compulsão pode se tornar um vício. Para desfazer esse hábito, existem várias dicas que podemos inserir no dia a dia para diminuir o consumo do açúcar, sendo elas:
- Evite ter doces em casa – Evite manter um estoque à disposição a todo momento, pois o fácil acesso a esse tipo de alimento torna o consumo muito mais regular. Quando sentir muita vontade, vá até uma doceria, coma e volte, sem trazer itens para casa. Esse hábito diminui a tentação e inibe a vontade. Boas opções são alimentos ricos em proteínas magras, como carne, frango, peixe, iogurte ou ovos, com alto poder de saciedade porque são digeridos lentamente. Além disso, não causam picos de glicose no sangue e ainda fornecem matéria-prima para a construção de massa magra. Invista neles.
- Fuja de alimentos com alto teor de açúcar – Não precisa ser doce para ter grande quantidade de açúcar na composição. Salame, presunto, peito de peru e outros tantos embutidos usados como complementos no café da manhã e outras refeições contêm grande quantidade de açúcar. Para parecerem mais saudáveis, portanto, alguns produtos adotam a estratégia de anunciar que são livres de conservantes, maquiando o açúcar em sua composição. Por isso, leia atentamente os rótulos e não se deixe enganar pelas propagandas.
- Prefira alimentos naturais
As frutas, apesar de terem o açúcar natural (frutose), são boas alternativas para driblar a vontade de consumir doces. Nas sobremesas e nos momentos de desejo, dê preferência para esse tipo de alimento, pois o açúcar contido é benéfico para o metabolismo.